domingo, julho 05, 2009

Descarregador de peixe – Setúbal - Estremadura

De passagem por Setúbal não podia perder o 33º Festival Nacional de Folclore organizado pelo Rancho de Praias do Sado, que decorreu ontem, dia 4. Um espectáculo maravilhoso, num auditório extraordinário e com um público entusiasta.

Confesso que gostei tanto do que vi e ouvi, que me apeteceu homenagear esse grupo e essa cidade falando de um dos seus trajes mais simbólicos – o Descarregador de Peixe.

Tentei encontrar uma descrição deste traje mas não consegui, pelo que a exposição seguinte resulta apenas da minha observação, se algum dos leitores pretender acrescentar algo agradeço.

O traje do descarregador de peixe é composto por umas calças curtas e um casaco de cotim, veste ainda uma camisa de riscado. Na cabeça usa o seu principal instrumento de trabalho e o objecto que marca a sua actividade, um chapéu metálico de forma circular, com aba larga e profunda, sobre o qual transporta as canastras de pescado. Para proteger a cabeça da rigidez do metal, utiliza um lenço que amarra na nuca.

Anda descalço, pois a actividade assim o obrigam.

Noutras regiões e em actividades idênticas, havia o costume do peixe que caísse nestes chapéus reverteria a favor do descarregador, daí o andar bamboleante que adoptavam, não sei se é esse o caso, mas gostava de conhecer mais.

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá! Gostaria que você fizesse uma explanação a respeito dos cachinés típicos de Portugal. Se existe uma diferença de estampas de uma zona para outra, que singularize cada região. Ou nunca existiu tal característica? As estampas são livres, e sem divisão regional?
Obrigado!

Carlos Cardoso disse...

Olá
Os cachenés eram lenços de produção fabril, pelo que não se pode dizer existirem modelos regionais.
Existem sim, alguns padrões que eram mais vistos em determinada região, por diversos factores. O gosto da mulher local,o uso/costume regional, a zona de influência de determinada fábrica ou do vendedor ambulante, etc.
Deve-se procurar seguir os modelos antigos, mas hoje em dia á muito difícil, as fabricas que produzem este tipo de produtos cada vez são menos e reduzem os seus padrões ao mínimo. Ainda existe alguma variedade, mas esta será cada vez menor.
Quem tiver lenços antigos deve preserva-los o mais possível.

Anónimo disse...

Certo, sabemos que os lenços minhotos são muito característicos, por exemplo. Com certeza, o gosto daquelas mulheres fazia com que se fabricassem aqueles lenços tão característicos. No entanto, de zona para zona, você não saberia dizer como eram fabricados, segundo o gosto da mulheres da região. Por exemplo, se são mais floridos em alguma região, mais coloridos ou mais sóbrios em outras. A mim, o que mais me interessa saber é como eram os mais característicos da Beira Baixa, terra da minha família. Penso que me lembro de ver mulheres às vezes com lenços marrons, com estampa de flores vermelhas, amarelas e folhagem verde. Mas não sei se é uma característica específica de lá.

Carlos Cardoso disse...

Genericamente nas regiões litorais usavam-se lenços mais coloridos e garridos que no interior. Na Beira Baixa, Beira Alta e Trás-os-Montes, os lenços (como os trajes) eram de cores mais sóbrias e motivos menos vistosos (bases escuras, verde, castanho ou azaul, com motivos florais muito pequenos de cor contrastante). Não quero com isto dizer que não houvessem lenços mais garridos, mas seria raro, até porque socialmente não seria bem visto.
Não tenho, nem conheço, nenhum estudo sobre esta matéria, mas seria sem duvida um tema interessante para um estudo aprofundado.

o escriba disse...

Boa noite!

Tive uma grande alegria quando, navegando por este canal imenso que é a internet, aqui vim dar.
Sendo uma apaixonada pelo tema, este espaço encantou-me! Já o pus nos meus favoritos para vir cá e aprender.

Um abraço
Esperança